Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2012

Nem tudo o que vem à rede é peixe

Nem tudo o que vem à rede é peixe. Quando se vai à pesca, também vêm à rede botas velhas, latas enferrujadas, sacos de plástico e outros pedaços de lixo inútil. Os oceanos estão cada vez mais poluídos, chegando-se ao extremo impensável de existirem autênticas ilhas de plástico à deriva no mar. A fauna marítima está a ressentir-se destas agressões ecológicas, com impactos diretos e indiretos em todo o ecossistema. E é cada vez mais verdade que nem tudo o que vem à rede é peixe.  Sendo assolados pelas mais variadas tendências doutrinárias, do ponto de vista do ensino bíblico, o cenário é semelhante. A crescente propensão consumista e imediatista da sociedade atual é verdadeiro combustível para o surgimento e proliferação de todo o tipo e corrente de ensino. Basta abrir a janela da internet, para teremos acesso às diversas modas e tendências espirituais, convenientemente adaptadas aos respetivos nichos de mercado. Há os místicos, os da prosperidade, os ultraconservadores, os liber

O crescimento do Reino

"Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu campo; o qual é, realmente, a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos" (Mateus 13:31-32). No modelo de oração ensinado por Jesus, somos instruídos a pedir que o seu reino venha até nós. Também durante o Sermão do Monte, Jesus orienta-nos a buscarmos primeiro o seu reino e justiça. Portanto, não há sombra de dúvida que este reino é algo absolutamente fundamental para a nossa existência. Mas, em concreto, de que se trata? Podemos dizer que o reino de Deus ou o reino dos céus é o domínio de Jesus, o Rei, na nossa vida. Portanto, receber o seu reino é convidá-lo a exercer total autoridade sobre nós. De que forma é que isto acontece? Será através de um esforço consciente para sermos melhores do que temos sido? Será através da adoção e seguimento

A igreja Para Além Dos Limites

Há quase 20 anos atrás, numa aula de Eclesiologia (doutrina da igreja), o professor apresentou uma fotografia de si próprio em que, qual contorcionista de circo, fazia passar as pernas por cima da cabeça e perguntou, “acreditam que eu consigo fazer isto?” Depois da gargalhada geral, prosseguiu para o que considerei ser um dos mais importantes desafios que me foram colocados durante o meu tempo no Seminário: considerar A IGREJA PARA ALÉM DOS LIMITES. No decurso da história da igreja (e de cada igreja), construíram-se espaços e conceberam-se estruturas litúrgicas e organizacionais que, adequadamente, possibilitaram e reforçaram o desenvolvimento da sua missão. Com o decorrer do tempo, porém, sedimentaram-se organizações, instalaram-se hábitos, acomodaram-se pessoas e aquilo que antes era inovador torna-se, gradativamente, numa tradição. Em algumas situações, o meio tornou-se o fim. A igreja vê a sua vida, assim, limitada por elementos que, de forma quase impercetível, adquiriram estatu

Conhecer a Sua voz

"E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos." João 10:4-5   Quando um pastor chama as suas ovelhas, elas conhecem a sua voz e seguem-no, mesmo quando se encontram rodeadas por ovelhas pertencentes a outro rebanho. Por outro lado, as ovelhas que não pertencem a determinado pastor, não reconhecem a sua voz e não o seguem. A palavra chave é "conhecer"! A garantia de que estamos a seguir o caminho que Ele pretende, vem do conhecimento que temos da Sua voz. Como ouvir e reconhecer a sua voz? Será através de sinais, circunstâncias ou até mesmo emoções, sentimentos e sensações? A Bíblia aponta noutra direção. A única forma segura de ouvir e conhecer a Sua voz, para saber em que caminho seguir, é através da leitura do que ficou registado nas Escrituras. O coração é enganador, os sentimentos flutuam,

Ser cristão...

Ser cristão é mais do que ser religioso, católico ou civilizado. É mais do que uma mera e educada declaração cultural que parece identificar alguns povos do mundo ocidental. É viver um compromisso sério e fundamentado na pessoa de Jesus. É aprender com ele e viver de acordo com os seus ensinos integrais. Mas, para ser cristão, é preciso tornar-se cristão, em primeiro lugar. Nascer numa família cristã ou num país que se diz cristão não é suficiente para o ser. O primeiro passo tem que ser uma decisão pessoal e consciente. E esta decisão não é um exercício meramente cognitivo. Não basta saber coisas acerca de Jesus. É preciso existir uma entrega pessoal. A Bíblia chama isso de fé. Não só saber que Jesus é o Salvador e Senhor, mais do que um filósofo e homem bom, mas exercer uma fé que nos leva a uma entrega completa e incondicional. Imaginem um miúdo em cima de um muro e o pai, cá em baixo, a dizer: “Salta, eu apanho-te!”. Saltar é fé. Sem este momento de decisão, não há cristianismo.

O dia do Pastor

Todos os anos, de norte a sul, várias igrejas celebram o "Dia do Pastor". Homenageiam e reconhecem os homens que as pastoreiam, agradecendo a Deus pelo seu serviço, exemplo e dedicação à Palavra. Sabemos que não há um mandamento bíblico expresso que sustente a celebração do “Dia do Pastor”, mas existirão bases bíblicas para este tipo de reconhecimento? Ou será que se trata de uma tradição extrabíblica com alguns riscos a considerar? Para procurar dar resposta a estas questões, nada melhor do que atentar para o texto bíblico. Em primeiro lugar, citamos duas das muitas passagens que deixam claro que devemos ter grande estima e consideração pelos nossos pastores: "E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que presidem entre vós no Senhor, e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra..." (1 Tessalonicenses 5:12-13); "Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, pri

Contra factos...

A questão teológica sobre se Jesus seria ou não o enviado de Deus, acalorou o debate entre os fariseus, naquele dia. Um alegado ex-cego dizia que este homem o tinha curado milagrosamente e agora, o importante era descobrir se esta era uma obra que revelava que Jesus era o Messias ou se, por ter sido realizada num Sábado, este era simplesmente mais um "homem pecador". Sim, porque realizar intervenções médicas no dia do Senhor era uma clara violação das regras religiosas estabelecidas. Foi imediata a mudança do assunto "este homem foi curado de forma inexplicável" para "o Sábado foi violado"! A discussão sobre o processo e respetivas circunstâncias e formalismos elevou-se rapidamente acima dos factos . Não era importante se uma pessoa que não via desde nascença agora via, mas sim se a forma como tal tinha acontecido contrariava ou ofendia o status quo defendido pelos líderes religiosos. É provável até que Jesus fizesse questão de realizar este milagre,